Esta é uma das muitas indagações que as mães/os pais e/ou familiares se questionam antes de optar por colocar seu filho numa creche. As inquietações, medos e dúvidas são muitos, mesmo porque é bastante recente a “opção creche” no atual contexto das famílias brasileiras.
Até pouco tempo atrás- década de 1980, 1990- era comum as crianças de até três anos ficarem em casa, com as mães, avós ou babás, passando a freqüentar escolas a partir dos quatro anos de idade. Hoje, século XXI, a constituição familiar passa por muitas mudanças, as famílias estão bem menos numerosas (se os pais antes tinham quatro, cinco, seis filhos, hoje a maioria opta por apenas um ou dois), as mães não são mais apenas “mães”, são mulheres, que querem se cuidar (salão de beleza, esteticista, massagens etc.) e profissionais, que querem ganhar espaço no mercado de trabalho. O resultado destas mudanças é a procura mais intensa por espaços educativos para que as crianças passem mais tempo, ou seja, as creches e escolas.
No entanto, a preocupação a respeito de quem vai cuidar e educar essas crianças torna-se latente, não apenas no meio familiar, mas especialmente entre educadores e pesquisadores da área educacional. Muitas são as pesquisas que estão sendo realizadas no país acerca dos profissionais de Educação Infantil, e bem recentemente, algumas pesquisas focam a atenção para o profissional de berçário. Esquinsani (2008, p. 156), doutora em Educação pela Universidade de Passo Fundo-RS, em seu artigo intitulado “Quem cuida de nossos bebês? Política de recursos humanos para turmas de berçário”, diz que:
O cuidado dedicado a um bebê é inversamente proporcional ao seu tamanho, pois totalmente dependente de um adulto em seus primeiros meses de vida, uma criança pequena demanda cuidados constantes, exigindo atenção e zelo redobrados. Contudo, um bebê não necessita apenas de cuidados. Ao chorar, rir, fazer ‘soninho’, preterir um brinquedo em relação ao outro... o bebê está imerso em um processo de interação, e portanto, de educação.
Desta forma, todos os profissionais de uma instituição de educação infantil precisam conhecer sobre o desenvolvimento infantil, suas características e necessidades, e de que maneira agir e lidar em cada etapa da vida da criança, ou seja, necessitam de uma formação de qualidade para atuar de maneira eficaz, eficiente e segura com cada criança. Rapoport (2008, p. 20), psicóloga e doutora em psicologia (PUC-RS) reafirma tal concepção quando diz que “Trabalhar com bebês é difícil e complexo. É necessário, para isso, muito mais do que simplesmente gostar de criança”.
Pensando nestes aspectos, uma Creche necessita investir na formação inicial e continuada de todos os profissionais, desde o berçário, buscando aqueles que possuem curso de nível superior e incentivar as berçaristas para que participem de grupos de estudos semanais, através dos quais podem refletir sobre a própria prática e discutir temas relevantes acerca do cotidiano infantil com bases teóricas.
Um trabalho só se torna consistente e seguro quando há uma intrínseca relação entre teoria e prática. O trabalho num berçário e creche exige um olhar atencioso para estas questões.
REFERÊNCIAS:
ESQUINSANI, Rosimar Serena Siqueira. Quem cuida dos nossos bebês? Política de recursos humanos para turmas de berçário. Revista da FAEEBA, vol 18, n° 31, jan-jun 2009. p.155-162.
RAPOPORT, Andrea. Adaptação de bebês em creche: a importância da atenção de pais e educadores. Porto Alegre: Mediação, 2005.
Rapha,tenho certeza que sera de muita ajuda nao so para educadores mas principalmente para as mamaes.bjks.
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